1. ENEM 2014
Mas plantar pra dividir
Não faço mais isso, não.
Eu sou um pobre caboclo,
Ganho a vida na enxada.
O que eu colho é dividido
Se assim continuar
vou deixar o meu sertão,
mesmo os olhos cheios d‘água
e com dor no coração.
Vou pró Rio carregar massas
pros pedreiros em construção.
Deus até está ajudando:
está chovendo no sertão!
Mas plantar pra dividir,
Não faço mais isso, não.
VALE, J; AQUINO, J. B. Sina de caboclo. São Paulo:
Polygram, 1994 (fragmento).
No trecho da canção, composta na década de 1960,
retrata-se a insatisfação do trabalhador rural com:
a. os financiamentos feitos ao produtor rural.
b. a ausência de escolas técnicas no campo.
c. os empecilhos advindos das secas prolongadas.
d. a precariedade de insumos no trabalho do campo
e. a distribuição desigual da produção
2. UFPA 2011
Considere a letra da música Cidadão, interpretada por Zé Ramalho e composta por
Lúcio Barbosa, abaixo transcrita:
Cidadão
Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas prá ir, duas prá voltar
Hoje depois dele pronto
Olho prá cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"
Meu domingo tá perdido
Vou prá casa entristecido
Dá vontade de beber
E prá aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer...
Com base na leitura do texto, avalie as afirmações
a seguir:
I. Não há acesso aos bens produzidos pelos
trabalhadores brasileiros.
II. Há condições precárias de trabalho dos
trabalhadores brasileiros.
III. Há preconceito existente em relação às pessoas
que não possuem condições de se trajarem dignamente.
IV. A sociedade brasileira é uma sociedade justa,
onde todos têm os mesmos direitos à educação, à saúde e à moradia.
São corretas somente as afirmações:
a.III e IV.
b.I, II e III.
c.I, III.
d.II e IV.
e.II e III.
3. ENEM 2010
Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores
que vos mantêm na miséria?
Por que tecer com esforços e cuidado as ricas
roupas que vossos tiranos vestem?
Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o
túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem vosso
sangue?
SHELLEY. “Os homens da Inglaterra’. Apud HUBERMAN,
L. In: História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
A análise do trecho permite identificar que o poeta
romântico Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições
socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução
Industrial. Tal contradição está identificada
a . na pobreza dos empregados, que estava
dissociada da riqueza dos patrões.
b. no salário dos operários, que era proporcional
aos seus esforços nas indústrias.
c. na riqueza, que não era usufruída por aqueles
que a produziam.
d .na burguesia, que tinha seus negócios
financiados pelo proletariado.
e. no trabalho, que era considerado uma garantia de
liberdade.
4. UEL 2009
O texto a seguir faz referência a uma forma específica de organização do
trabalho, que impulsionou o desenvolvimento do capitalismo industrial no século
XX.
O trabalho era [...] prender tampas de vidro em
garrafas pequenas. Trazia na cintura a meada de barbante. Segurava as garrafas
entre os joelhos, para poder trabalhar com as duas mãos. Nesta posição, sentado
e curvado sobre os joelhos, os seus ombros estreitos foram se curvando; o peito
ficava contraído durante dez horas por dia [...] O superintendente tinha grande
orgulho dele e trazia visitantes para observarem-no [...] Isto significava que
ele atingira a perfeição da máquina. Todos os movimentos inúteis eram
eliminados. Todos os movimentos dos seus magros braços, cada movimento de um
músculo dos dedos magros, eram rápidos e precisos. Trabalhava sob grande
tensão, e o resultado foi tornar-se nervoso.
(LONDON, J. Contos. São Paulo: Expressão Popular,
2005. p. 98.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema,
é correto afirmar que esta forma de organização do trabalho:
a. Implicou um enriquecimento das tarefas a serem
desenvolvidas, de tal modo que os trabalhadores poderiam operar, por exemplo,
com a habilidade das duas mãos.
b. Produziu um trabalhador mais intelectualizado,
visto que a complexidade do seu trabalho coincidia com a complexidade da
máquina utilizada.
c. Apoiava-se no princípio do Just in Time, isto é,
trabalho a tempo justo, na maior autonomia do trabalhador frente a seus meios
de trabalho.
d. Revelou-se inviável em outros setores de
atividade, como o caso dos escritórios e restaurantes de fast food, embora
tenha sido amplamente utilizada no espaço fabril ao longo do século XX.
e. Generalizou a tarefa parcelar, monótona e
desinteressante, pela subordinação do homem à máquina, distanciando-o, assim,
do trabalho criativo.
5. UEL 2006
“Três grandes dimensões fundamentam o vínculo
social. Primeiro, a complementaridade e a troca: a divisão do trabalho social
cria diferenças com base na complementaridade, o que permite aumentar as
trocas. Em segundo lugar, o sentimento de pertença à humanidade que nos leva a
reforçar nossos vínculos com os outros seres humanos: força da linhagem, do
vínculo sexual e familiar; afirmação de um destino comum da humanidade por
grandes sistemas religiosos e metafísicos. Por fim, o fato de viver junto, de
partilhar uma mesma cotidianidade; a proximidade surge então como produtora do
vínculo social e o camponês sedentário como o ser social por excelência.”
(BOURDIN, Alain. A questão local. Rio de Janeiro:
DP&A, 2001 p. 28.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema,
é correto afirmar:
a. O cotidiano das pequenas cidades e do mundo
campesino favorece a criação de vínculos sociais.
b. A divisão do trabalho social na sociedade
contemporânea desagrega os vínculos sociais.
c. Os sistemas religiosos e metafísicos são fatores
de isolamento social, por resultarem de criações subjetivas dos indivíduos.
d. Pela ausência da cotidianidade, as grandes
metrópoles deixaram de ser lugares de complementaridade e de trocas.
e. O forte sentimento de pertencer à humanidade
desmantela a noção de comunidade e minimiza o papel da afetividade nas relações
sociais.
6. ENEM (PPL)
2012
A figura representada por Charles Chaplin critica o
modelo de produção do início do século XX, nos Estados Unidos da América, que
se espalhou por diversos países e setores da economia e teve como resultado
a. a ampliação da capacidade criativa e da
polivalência funcional para cada homem em seu posto de trabalho.
b. a organização do trabalho, que possibilitou ao
trabalhador o controle sobre a mecanização do processo de produção.
c. o rápido declínio do absenteísmo, o grande
aumento da produção conjugado com a diminuição das áreas de estoque.
d. a subordinação do trabalhador à máquina, levando
o homem a desenvolver um trabalho repetitivo.
e. as novas técnicas de produção, que provocaram
ganhos de produtividade, repassados aos trabalhadores como forma de eliminar as
greves.
7. UEA 2014
A sabedoria do amo consiste no emprego que ele faz
dos seus escravos; ele é senhor, não tanto porque possui escravos, mas porque
deles se serve. Esta sabedoria do amo nada tem, aliás, de muito grande ou de
muito elevado; ela se reduz a saber mandar o que o escravo deve saber fazer.
Também todos que a ela se podem furtar deixam os seus cuidados a um mordomo, e vão
se entregar à política ou à filosofia.
(Aristóteles. A política, s/d. Adaptado.)
O filósofo Aristóteles dirigiu, na cidade grega de
Atenas, entre 331 e 323 a.C., uma escola de filosofia chamada de Liceu. No
excerto, Aristóteles considera que a escravidão
a. é um empecilho ao florescimento da filosofia e
da política democrática nas cidades da Grécia.
b. facilita a expansão militar das cidades gregas à
medida que liberta os cidadãos dos trabalhos domésticos.
c. é responsável pela decadência da cultura grega,
pois os senhores preocupavam-se somente em dominar os escravos.
d. promove a união dos cidadãos das diversas pólis
gregas no sentido de garantir o controle dos escravos.
e. permite ao cidadão afastar-se de obrigações
econômicas e dedicar-se às atividades próprias dos homens livres.
8. UPE 2013
O conceito de cultura englobou desde a Grécia
Antiga a noção de que o homem modifica o universo segundo seus propósitos.
Inserido nele, o homem consegue penetrá-lo e transformá-lo com a força de seu
trabalho. As mudanças que ele introduz não são alterações a esmo, implicam um
grau de consciência ou intenção, bem como o uso de técnicas capazes de melhorar
o mundo. E se o fazer integra o modo humano de existir, propiciando a
concretização de intentos, pode-se indagar sobre o que se projeta no sonho
transformador do homem.
CARVALHO, José Maurício. O Homem e Filosofia, 1998,
p. 153.
Com relação a esse assunto, analise os itens a
seguir:
I. O homem é um ser vivente, que, no cotidiano, é
conhecido como único agente e membro da vida cultural.
II. O trabalho pode ser entendido como atividade do
homem transformando a natureza. Assim sendo, parece evidente a relação entre
trabalho e realização humana. Tal relação é tão antiga quanto a própria
história da humanidade.
III. A civilização tecnológica tem influência
marcante no modo de ser e pensar de cada um de nós, assim como na forma da
organização econômica, política e cultural das sociedades contemporâneas.
IV. A transformação do mundo material ocorre
simultaneamente com a das formas de conhecimento produzidas pelas sociedades ao
longo da história. A passagem de um momento para outro, na história das
sociedades, ocorre sem conflitos e sem traumas.
V. Os homens não são apenas seres biológicos
produzidos pela natureza. São seres culturais que modificam o estado da
natureza.
Assinale a alternativa que contém os itens
CORRETOS.
a. Apenas I, II, III e V.
b. Apenas I, II, IV e V.
c. Apenas II, III, IV e V.
d. Apenas II, IV e V.
e. I, II, III, IV e V.
9. UPE 2010
Imagine-se em um centro urbano, observando pessoas
que estão indo e vindo de diferentes lugares, cada uma movida por múltiplas
razões. Pode-se, entre outros aspectos, identificar que cada pessoa é
impulsionada a realizar características que a distinguem de outros animais.
Cada uma dessas características pode afirmar o homem como
I. ser histórico.
II. ser religioso.
III. ser que produz cultura.
IV. ser de conhecimento.
V. ser que se realiza pelo trabalho.
Estão CORRETAS
a. I e II, apenas.
b. III e IV, apenas.
c. II, III e V, apenas.
d. I, II, III, IV e V.
e. I e V, apenas.
.
10 ENEM 2015
Dominar a luz implica tanto um avanço tecnológico
quanto uma certa liberação dos ritmos cíclicos da natureza, com a passagem das
estações e as alternâncias de dia e noite. Com a iluminação noturna, a
escuridão vai cedendo lugar à claridade, e a percepção temporal começa a se
pautar pela marcação do relógio. Se a luz invade a noite, perde sentido a
separação tradicional entre trabalho e descanso – todas as partes do dia podem
ser aproveitadas produtivamente.
SILVA FILHO. A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade.
Fortaleza: Museu do Ceará: Secult-CE. 2001 (adaptado).
Em relação ao mundo do trabalho, a transformação
apontada no texto teve como consequência a
a. ampliação do período disponível para a jornada
de trabalho.
b. melhoria da qualidade da produção industrial.
c. redução da oferta de emprego nas zonas rurais.
d. permissão ao trabalhador para controlar seus
próprios horários.
e. diminuição das exigências de esforço no trabalho
com máquinas.
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