Novo Horizonte do Sul

28/05/2017

HISTÓRIA DA ÁFRICA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA


A África é um continente com rica diversidade cultural. Além disso, a sua história tem forte ligação com a história do nosso país. Afinal, muitos africanos desembarcaram por aqui durante a escravidão, entre os séculos XVI e XIX, trazendo junto às suas danças, culinária, rituais religiosos e costumes. Estes
negros conquistaram a sua liberdade somente em 1888, ano em que foi assinada a Lei Áurea. A África é banhada pelos oceanos Índico e Atlântico, além do Mar Mediterrâneo. Ao que tudo indica, o primeiro estado a formar-se no continente foi o Egito, há mais de 5 mil anos. Porém, desde a antiguidade povos de todos os continentes exploraram a África atrás das suas riquezas, como o ouro e o sal.

Dominações e Colonizações

Considerada o continente de origem do ser humano, a África já foi dominada por diferentes povos e civilizações, como os árabes, romanos e fenícios. Em torno dos anos 600 a.C., os fenícios foram fundamentais para o comércio, percorrendo o continente do Mediterrâneo até o Índico. Já no século VII, foi a vez dos árabes dominarem a região, com destaque para a região Norte e a proximidade com a Europa. No século XIX, os países europeus dividiram a África, como Portugal, Bélgica, Espanha, Holanda, Alemanha, Itália e Inglaterra.
Com o final da 2ª Guerra Mundial, somente quatro países africanos já eram independentes:
• África do Sul
• Etiópia
• Egito
• Libéria
Porém, em 1951, a Líbia conquistou a sua independência da Itália. Em seguida, outros países concluíram que era a chance de seguir o mesmo caminho. Nos próximos 30 anos ocorreram diversas independências que resultaram no mapa atual do continente. Hoje em dia, considerado o continente mais rico na questão de recursos naturais, a África é também o mais pobre, com diversos problemas sociais que atingem a sua população.

África e Brasil: muitas influências

A história da África e a cultura afro-brasileira estão intimamente ligadas e precisam ser valorizadas. Nosso país possui a maior população de origem africana fora do continente e isso explica a forte influência que eles exercem por aqui, em especial na região Nordeste. A maioria destes africanos chegou ao Brasil durante o período da escravidão. Porém, no começo do século XIX estes costumes, rituais e manifestações não eram permitidos, pois fugiam totalmente da cultura europeia e dos seus valores, tão valorizados na época.
Estados que mais foram influenciados pela cultura africana:
• Rio Grande do Sul
• São Paulo
• Rio de Janeiro
• Espírito Santo
• Minas Gerais
• Bahia
• Alagoas
• Pernambuco
• Maranhão
No século XX, estas expressões artísticas e culturais passaram a ser aceitas como nacionais e, atualmente, influenciam a vida de todos os brasileiros e integram o nosso calendário. A história da África e a cultura afro-brasileira ficam evidentes, por exemplo, na capoeira. Desenvolvida como uma forma de defesa, com o tempo estes movimentos foram integrados às músicas africanas, dando um aspecto de dança, o que enganava os capatazes dentro dos engenhos. A capoeira só foi de fato liberada no Brasil nos anos 1930, pelo então presidente Getúlio Vargas. Atualmente, é considerada Patrimônio Cultural Brasileiro e um tipo de esporte.
Na culinária, a relação entre a história da África e a cultura afro-brasileira também fica clara. São diversos os exemplos, como cocada, sarapatel, mungunzá, acarajé, vatapá, caruru e o mais admirado deles, a popular feijoada, que nasceu nas senzalas a partir de restos de carne que os patrões liberavam e que eram cozidas em um caldeirão. A religião também mostra como a história da África e a cultura afro-brasileira estão relacionadas. O Candomblé, por exemplo, é uma festa religiosa que foi trazida ao país pelos escravos. Entre as suas principais divindades estão Iemanjá, Oxumaré, Oxum e Xangô. Estas cerimônias acontecem, geralmente, em terreiros.
A história da África e a cultura afro-brasileira também se encontram na moda, em especial no uso de turbantes. Enquanto no continente africano o turbante indica posições sociais e faz parte da sua cultura, no Brasil ele ficou mais forte por influência de Carmem Miranda e de Paul Poiret, estilista francês. O turbante deixa qualquer produção mais charmosa e autêntica, e tem conquistado cada vez mais usuárias.
Outro ponto onde a história da África e a cultura afro-brasileira se encontram é na Língua Portuguesa. Diversos termos que utilizamos com frequência são originários do continente africano, como muvuca, quitute, maconha, capanga, cachimbo, cachaça, corcunda, caxumba, muquirana, cafofo, marimbondo, xingar, tanga, banguela, miçanga, caçula, abadá, candango, entre tantos outros.

No ano de 2003, a Lei nº 10.639 determinou que todas as escolas, de Ensino Fundamental e Médio, devem incluir o ensino da história da África e a cultura afro-brasileira nos seus currículos. Uma forma de valorizar este continente que contribuiu tanto para a formação da nossa identidade e da nossa cultura.

Fonte: https://www.resumoescolar.com.br/historia-do-brasil/historia-da-africa-e-cultura-afro-brasileira

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