Novo Horizonte do Sul

23/05/2017

PRODUÇÃO

1. ENEM 2014 Um trabalhador em tempo flexível controla o local do trabalho, mas não adquire maior controle sobre o processo em si. A essa altura, vários estudos sugerem que a supervisão do trabalho é muitas vezes maior para os ausentes do escritório do que para os presentes. O trabalho é fisicamente descentralizado e o poder sobre o trabalhador, mais direto.
SENNETT, R. A corrosão do caráter: consequências pessoais do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 1999 (adaptado).

Comparada à organização do trabalho característica do taylorismo e do fordismo, a concepção de tempo analisada no texto pressupõe que:

a. os mecanismos de controle sejam deslocados dos processos para os resultados do trabalho.
b. as tecnologias de informação sejam usadas para democratizar as relações laborais.
c. as estruturas burocráticas sejam transferidas da empresa para o espaço doméstico.
d. os procedimentos de terceirização sejam aprimorados pela qualificação profissional.
e. as organizações sindicais sejam fortalecidas com a valorização da especialização funcional.

2. UEMA 2014 A etimologia do termo trabalho deriva do vocábulo tripalliumque significa “instrumento de tortura”. O trabalho foi associado à ideia de castigo, tortura, atividade penosa. Ao longo do tempo, houve várias interpretações do sentido de trabalho. No feudalismo, o trabalhador tinha uma visão total do produto. Com a consolidação da sociedade industrial, o modelo fordista e taylorista fragmentaram o processo de produção, conforme imagem abaixo.

Nesse sentido, as características do fordismo e do taylorismo, no início do século XX, em novo ordenamento social do trabalho, são, respectivamente:

a. especialização da administração e solidarismo, flexibilização, robótica.
b. automação, fragmentação e cooperação, manufatura, rigidez do trabalho.
c. controle das atividades, mecanização e impessoalidade das normas, rigidez do trabalho, especialização da administração.
d. mecanização, automação, precariedade do trabalho e estabilidade no emprego, solidarismo.
e. impessoalidade das normas, flexibilização do trabalho, robótica e controle das atividades, fluidez do trabalho.

3. UFU 2011 Segundo Marx, o fator fundamental do desenvolvimento social assenta-se nas contradições da vida material, na luta entre as forças produtivas da sociedade e as relações sociais de produção que lhe correspondem.

Analisando a frase acima, assinale a alternativa correta sobre as relações sociais de produção e forças produtivas em Marx.

a. Correspondem às relações entre os homens no âmbito estritamente econômico posto que a esfera econômica determina a estrutura social.
b. Dizem respeito às ações individuais dos homens no livre mercado, o qual é marcado pelas leis de oferta e procura.
c. Correspondem a uma relação social definida pela lógica do mercado, na qual os homens orientam individualmente suas ações em um determinado sentido.
d. Dizem respeito às relações sociais que os homens estabelecem entre si para utilizar os meios de produção, transformando a si mesmos e a natureza.

4. UFU 2012 Levando em consideração as relações do sistema de produção fordista e demais sistemas de produção e suas consequências, constata-se que o trabalho no sistema:

a. taylorista baseia-se em trabalhadores multifuncionais, sendo que cada posto de trabalho executa várias tarefas, a fim de diminuir os custos de produção.
b. fordista é repetitivo e parcelado, gerando trabalhadores felizes e satisfeitos por não necessitarem de longos processos de capacitação para o trabalho.
c. fordista caracteriza-se pela separação entre elaboração e execução no processo de trabalho, proporcionando a alienação.
d. toyotista tem a produção vinculada à demanda, ocasionando flexibilização e evitando, assim, as demissões e a precarização, além de possibilitar a utilização racional da força de trabalho.

5. ENEM(PPL) 2012 Uma gigante empresa taiwanesa do setor de tecnologia vai substituir parte de seus funcionários por um milhão de robôs em até três anos, segundo a agência de notícias chinesa. O objetivo é cortar despesas. Os robôs serão usados para fazer trabalho simples e de rotina, como limpeza, soldagem e montagem, atividades que atualmente são feitas por funcionários. A empresa já tem 10 mil robôs e o número deve chegar a 300 mil em 2012 e a um milhão em três anos.
“Fabricante do Ipad vai trocar trabalhadores por um milhão de robôs em três anos”. Disponível em: http://noticias.r7.com. Acesso em: 21 ago. 2011. (adaptado)

Em relação aos efeitos da decisão da empresa, uma divergência entre o empresário e os funcionários, no exemplo citado, encontra-se nos respectivos argumentos: 

a. Reforço da produtividade – Ampliação das negociações.
b. Diminuição dos custos – Redução da competitividade.
c. Inovação dos investimentos – Flexibilização da produção.
d. Racionalização do trabalho – Modernização das atividades.
e. Aumento da eficiência – Perda dos postos de trabalho.

6. UFPA 2011 Uma das formas mais agudas de desemprego presentes na contemporaneidade é o desemprego provocado pela mudança na configuração da estrutura ocupacional e na demanda da força de trabalho, em razão da adoção pelas empresas públicas e privadas de novos programas de gestão e organização do trabalho, de novas tecnologias, de ruptura da parte das cadeias produtivas, com o fechamento de empresas, e da desnacionalização de parte do parque produtivo.

Sobre as consequências desse processo de desemprego, considere os fatos citados nos itens abaixo:

I. a não inclusão dos jovens e a exclusão dos idosos do mercado de trabalho.
II. a expansão do trabalho em domicilio.
III. a ocorrência da expansão de oportunidades de trabalho no chamado “Terceiro Setor” (iniciativas privadas com fins públicos), especialmente em países capitalistas avançados.
IV. a intensa atividade sindical.
V. a aceitação dos trabalhadores herdeiros de uma “cultura fordista” em detrimento de trabalhadores “polivalentes e multifuncionais“ da era toyotista.

Está correto o que se apresenta no(s) item(ns):

a. III somente.
b .I e II somente.
c. I, II e III.
d. I e III somente
e. IV e V somente.

7. UNIMONTES 2010 Para Karl Marx, com a mecanização e o surgimento da fábrica, concretiza-se o processo de trabalho propriamente capitalista, designado por maquinofatura. É aqui que aparece o fenômeno da passagem da destreza manual para a máquina. Aquilo que se fazia com as mãos e as ferramentas passa a ser feito gradativamente por máquinas.

Considerando essa reflexão, é incorreto afirmar:

a. O desenvolvimento da maquinofatura chegou na atualidade à fase da automação, em que as máquinas têm grande autonomia, pois incorporam, na sua programação, mão de obra altamente especializada.
b. No processo produtivo capitalista, o trabalho transforma-se em mercadoria, em que o trabalhador tem apenas a sua força de trabalho para vender, submetendo-se a um processo de relações sociais que gera profundas desigualdades.
c. Nesse momento, o trabalhador não necessita mais saber fazer um produto, ele precisa saber operar uma máquina que tem um motor e um conjunto de mecanismos, que impõe o ritmo de trabalho.
d.  A independência do trabalhador, nas relações capitalistas de trabalho, torna-se evidente quando se verifica como acontece a divisão do trabalho em trabalho manual e intelectual, em quem executa e quem pensa, em quem é dominado e quem domina.

8. UEL 2010 Ao separar completamente o patrão e o empregado, a grande indústria modificou as relações de trabalho e apartou os membros das famílias, antes que os interesses em conflito conseguissem estabelecer um novo equilíbrio. Se a função da divisão do trabalho falha, a anomia e o perigo da desintegração ameaça todo o corpo social e quando o indivíduo, absorvido por sua tarefa se isola em sua atividade especial, já não percebe os colaboradores que trabalham ao seu lado e na mesma obra, nem sequer tem ideia dessa obra comum.
(DURKHEIM, E. A Divisão Social do Trabalho. Apud QUINTEIRO, T.; BARBOSA, M. L. O.; OLIVEIRA, M. G. M. Toque de Clássicos. Vol 1. Durkheim, Marx e Weber. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. p. 91.)

 De acordo com K. Marx, uma situação semelhante à descrita no texto, em que trabalhadores isolados em suas tarefas no processo produtivo “não percebem seus colaboradores na mesma obra, nem tem ideia dessa obra comum”, é explicada pelo conceito de:

a. Ideologia.
b. Alienação.
c. Estratificação.
d. Anomia social.
e. Identidade social.

9. UFU 2015 Quando aborda o carnaval de Salvador/BA, Fátima Teles afirma que este festejo:
Foi incorporado à onda neoliberal do capital fetiche e ficou restrito às classes privilegiadas que abandonaram os cordões e fecharam-se nos luxos dos camarotes ou nos blocos, cordões fechados por compra de abadás. Portanto hoje, atrás do trio elétrico só não vai a classe menos favorecida, a classe que vive de salário suado e só vai atrás do trio elétrico quem pode pagar caro, uma minoria que concentra renda de alguma forma. (...) A festa já não é mais popular, mas é a festa de uma minoria privilegiada. Olhando para o carnaval de Salvador lembramos do compositor baiano Gilberto Gil quando ele canta “ó mundo tão desigual, tudo é tão desigual, de um lado esse carnaval, de outro a fome total...”
Fátima Teles. A mercantilização do carnaval soteropolitano. Disponível em: . Acesso em: 22 fev. 2015.

Implícitas no fragmento acima estão várias categorias marxianas utilizadas, neste caso, para a interpretação das transformações ocorridas em umas das mais importantes festas populares do país. Assim, é correto afirmar que:
a. Abadás e camarotes, exclusividades de uma elite, são portadores de uma aura mágica a quem se confere poderes especiais e destacada como desencantamento do mundo.
b. O carnaval foi mergulhado nas águas gélidas do cálculo egoísta, vendo extraídos seus conteúdos e naturezas mais autênticos, mas sendo finalmente democratizado.
c. Tal como revelara Marx, o capitalismo traz consigo a tendência de mercantilizar as relações sociais. Ao que tudo indica, o carnaval também se transformou numa mercadoria.
d. Quando mercantilizado, o carnaval perde seu caráter público e se privatiza, produzindo um acesso seletivo e dependente mais do marcador racial do que classista.

10. UFU 2013 E se, em toda ideologia, os homens e suas relações aparecem invertidos como numa câmara escura, tal fenômeno decorre de seu processo histórico de vida, do mesmo modo porque a inversão dos objetos na retina decorre de seu processo de vida diretamente físico.
MARX, Karl, A ideologia alemã. São Paulo: Hucitec, 1987. p. 37.

Com essa famosa metáfora, Marx realiza a definição de ideologia como inversão da realidade, da qual decorre para ele:

a. a consciência de classe dos trabalhadores.
b. a existência de condições para a práxis revolucionária.
c. a definição de classes sociais.
d. a alienação da classe trabalhadora.


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